domingo, 29 de setembro de 2013

AS MÃES TAMBÉM CHORAM

 

        Não tenho nem o tempo mais,as alegrias,as horas vividas,os chamegos e sorrisos
        O cabelo encolheu,a barriga aumentou na medida em que se alargava minha tristeza
        O amor á ideias morreu,as ações mataram as ideias,as intenções,o ser aspirante
        De rosa me fiz espinho por não ouvir o que os próximos diziam: Não faça,não faça o que você quer!
        Hoje sinto pena dos próximos,dos que não são mais próximos e dos que ainda poderiam ser
        Os planos não são os mesmos,não existem planos.
        Todo dia peço forças para não deixar o que ainda existe de mim em mim morrer
        Mas não existo,não existo mais...
        Agora existe uma nova rosinha crescendo,não tenho forças para que ela cresça forte
        Não estou cuidando,não a rego com amor,sinto muito pequena
        Minha mãe chora,assim como a outra chorava por me ver chorando,ai concluo:
        AS MÃES TAMBÉM CHORAM

      

sexta-feira, 17 de maio de 2013

QUAL É A FERIDA QUE NOS TEMOS?







É nesse instante em que meu passo  insconstante geme,chora,as putas brasileiras estampadas na parede por um milhão,os partidos politicos segregados a merce do auto-poder,a utopia desejada vem com o novo direito de peidar,o brasileiro precisa peidar mais,nossas ciências humanas nunca foram tão desumanas,o povo é contra tudo,até contra ele mesmo,nos empurram eletrônicos,nos alimentam com vacas,agrotóxicos,sucateamento,nos empurram solidão e querem acabar comigo,querem anestisiar minha sensibilidade,mas não entendem: Que pra virar cinza minha brasa demora!

CAMA



Já que você não quer caber na minha cama,caiba ao menos no meu colo.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Escritos de quando eu me for




Eu não rimo,mas sou poema
Eu não recito,mas sou poeta
E sendo poeta me sinto só
Aqui não tem gente,nem pessoas,nem almas,só corpos frios e distantes do meu é que quando o passarinho assobia ou a gata adentra nessa sala,a vida se enche de primazia.
Eu sou abandonada pelo que não fui e esquecida pelo que falhei,queria uma corpo que me fizesse pegar delírio,desnudo,constante.Queria o susto do prazer,não queria em momento alguém sentir aquele corpo,eu queria adentrar nele,devorá-lo,me esfregar.
Quando me for serei qualquer coisa,menos amada por aquele corpo,vestida sem pudor saio da vida,tudo isso por aquele corpo assimétrico, impassivelmente,cretino,eu queria um corpo e achei um.
Os trens passam e eu grito seu nome,a rua está vazia e grito seu nome,a vida está vazia e grito seu nome.
O teu corpo bota sentindo em mim.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Excitação











Inspiração é algo que você acha que só o poeta que tem,ah e você também acha que é poeta
E também acha que poeta só escreve quando tem surto de inspiração.
Criança,a onda agora é a expiração,a extensão,a excitação,a secreção...
Pra escrever não se precisa de papel nem caneta:
Caga,mija e molda isso no chão ou numa parede,odor também é cheiro
Ah,mas você acha que obrar e mijar é feio:
É feio mas você caga!

PREDOMINÂNCIAS



Formigando,os pés formigam
A vida também,no aparato de ser elétrica
O que predomina em mim é justamente essa eterna falta de predominância na vida
Eu não queria ser só mais uma planta no vaso,eu queria ser o vaso
Eu queria ser sua,ser outras,não ser eu
Eu queria entrar era nessa onda e remar
Eu quero é o mar
Eu quero é remar
Sai da frente que sem vela o barco estanca
Eu quero é amor,esclarecendo em termos.

Inferno Atlântico




Eu tenho em mim essa enjoação de nascença,sinto que é incurável
Culpo a infância,
Deveria ser árvore ao invés de terra;
Deveria ter sido criada a árvores e não a paredes
Eu me ampliei pra menos e não acredito em minha salvação
Meu status é o de ser sozinha,minhas certezas estão jogadas a trapos
Minha bio não consta no reino animal,
Gosto do cheiro fresco da titica de galinha,do reflexo do sol nos meus cílios e da sua boca.
As vezes penso que só quero algo liquido,substancial
Já tomei vários barris de vinho e ainda não resolvi nenhum dos problemas
Penso que viver,no meu caso não seja questão de prefixo e sim de sufixo,um sufixo nervoso
Nunca bebi nada sagrado,mas já te degustei com os olhos,com o nariz e com o toque suave de minhas mãos ásperas.
No amor encontrei a faca e o queijo postos em minhas mãos,mas eu queria a fome
Minha estupidez não tem data de vencimento,tem data de estouramento
Explodir sempre e retrair jamais,
Sou uma mulher vulcão e não um pretexto barato pra sua pornografia.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012













O dia transborda de cor,venho na avenida Rio Branco e o sol parece um grande sinal amarelo (Atenção).
Dizendo: Olhem pra mim porra!
Inicio as minhas manhãs sempre sozinha,hoje estou ouvindo o canto dos pássaros,que manhã estragada a pássaros!
Chegou a companhia,mas me sinto só.Folhas no chão,banquinho debaixo da árvore,o sol é imponente:
Só lamento não conseguir tirar o óculos pra olha-lo a olho nu,crua.
A vida é liquida.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O FIM DO MUNDO










O mundo vai acabar 
E eu estarei dançando

O mundo vai acabar 
E me deixar hormonal
Eu sou hormonal

O mundo vai acabar 
Mas não será o nosso fim
Amor o mundo vai acabar!

O mundo vai acabar 
E irá nos tragar
Sim,vamos fumar a hipocrisia?

O mundo vai acabar
Sem a nossa utopia
Sem a nossa igualdade
Sem salvação

O mundo acaba tudo
O mundo acaba a gente
Vem aqui meu bem!

O mundo vai acabar
E eu só quero me esconder
No lindo buraco dos teus dentes.




quarta-feira, 3 de outubro de 2012

ESSE BEIJO SEM SEU CORAÇÃO É UMA PEDRA NA ÁGUA.

Te contar que me faz chorar como criança não é a solução, dizer que os passarinhos da varanda que estão aprendendo a voar me parecem tristonhos não é a saída, confidenciar que o silêncio é o melhor amigo das madrugadas não possui muita razão. Ainda assim escrevo e revelo pelo que velo e faço vigília. Essa melancolia está toda aqui dentro, é o que gritam meus olhos, minhas mãos e meu corpo fraco. A
 esperança ficou no passado e deixou rastro de paz entre os lençóis, mas a semana é outra, o dia é outro e meu corpo continua o mesmo, tão puro, imaculado e sedento de algo que o arrebente. Não é suicídio, apenas um desejo de sentir a dor na carne para ter a certeza de viver. Do sangue escorrer. Das unhas cravarem. Do choro cair, pingar, perfurar, rolar, rolar, rolar para que eu não me enrole tanto como estou me enrolando agora. Esses fingimentos são demais e eu não caibo nesses espaços pequeninos, nessas letras miudinhas, nesses olhares de compaixão, pena ou incompreensão. Eu não preciso de consolo nos ombros, eu preciso de um chute, de um cuspe, de um murro ou algo que finalmente me desperte no susto, na queda, na dor. Ou então um beijo muito manso na nuca, um abraço muito cuidadoso pelas costas, um sopro muito delicado de ar nos pulmões, de um carinho que eu sei que você muito tem. As coisas são tão difíceis, rapaz, e eu só queria poder fugir um pouco ou que me puxassem para uma fuga. “Movam-se, meus pés!”, eu digo sem dar um passo, sem dançar um samba, sem curtir um jazz. “Abra-se, minha boca!”, eu ordeno com os lábios trancados e a chave da fechadura perdida em outra garganta. Não sei, não sou, ou sou e sei, mas isso não tem sentido para aqueles que não têm sentido o mundo do mesmo modo que eu. Preciso fechar os olhos para enxergar, e você também.